Web Design - Desenvolvido Por:

Eduardo Liberti - Francesco Picciolo

e Marcelo Larsen Capella

www.harddesignweb.com.br

fone:(013) 8845-7279

BIOGRAFIA RESUMIDA

BIOGRAFIA RESUMIDA DO AMBIENTALISTA ERNESTO ZWARG JR.

Nasceu a 29/7/1925, em Piracicaba/SP e faleceu a 25/8/2009, em Itanhaém/SP, aos 84 anos. Ambientalista e Pacifista, exerceu também as atividades de Jornalista, Editor, Professor, Vereador, Escritor, Poeta, Compositor e Teatrólogo Amador.

AMBIENTALISTA:

Considerado um dos pioneiros no Brasil e líder do movimento que combateu as usinas nucleares, foi a primeira voz a se levantar em defesa da Juréia, quando recebeu as informações dos caiçaras sobre as demarcações e movimentações militares na área; também salvou os rios e as praias de Itanhaém dos esgotos com a pioneira ação popular contra a construção de prédios; combateu as agressões às paisagens brasileiras, permitidas pelo SPU da Marinha e os projetos imobiliários degradantes; e defendeu e incentivou, ainda, as culturas indígena e caiçara. Dedicou sua vida à causa ecológica. Vereador em Itanhaém, usou a política para fazer ecologia, e não a ecologia para fazer política. Participou de inúmeros congressos, simpósios, seminários e palestras, com destaque para os encontros organizados pela Fundação Prefeito Faria Lima, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Fundação CESP e CETESB. Militou ao lado de Antonio Pinho, Araquém Alcântara, Arnaldo Paschoalino, Aziz Ab'Saber, Cacilda Lanuza, Claudio Becaccia, Condesmar Fernandes, Domingos Stamato, Fernando Gabeira, Fernando Vítor, José Lutzemberg, José Pedro de Oliveira Costa, José Zatz, Judith Cortezão, Luiz Roberto de Oliveira Fortes, Mario Mantovani, Miguel Abellá, Nelson Nefussi, Nilo Sérgio Diniz, Orlando Villas-Boas, Paulo Nogueira-Neto, Sérgio Sérvulo da Cunha, Waldemar Paioli, dentre muitos outros que se dedicaram à causa ecológica... Organizou, liderou e participou de inúmeras passeatas, carretas e protestos contra as usinas nucleares, em São Paulo, Santos, Itanhaém, Peruíbe, Iguape e Cananéia, alguns com repressão militar. Lutou contra o represamento do Alto Ribeira pela Votorantim. Aderiu ao movimento em defesa de Caucaia do Alto, em Cotia, onde se pretendia construir o Aeroporto Internacional à custa de imenso desmatamento, apoiando a APPN – Associação Paulista de Proteção à Natureza, fundada em 1976; integrou a APEDEMA/SP - Assembleia Permanente em Defesa do Meio Ambiente de São Paulo; participou do Movimento em Defesa da Vida, de Condesmar Fernandes de Oliveira, e do Grupo Experimental Ñandeva de Educação Ambiental (Genea), de Luis Soares e Antonio Pinho; aderiu às campanhas do Grupo Seiva, da atriz Cacilda Lanuza; em 1983, aderiu também à campanha do ambientalista e vereador de Diadema Fernando Vítor de Araújo, da Comissão de Defesa da Billings, contra o Projeto de Saneamento para a Grande São Paulo (SANEGRAN), ao saber dos riscos dos esgotos da região metropolitana de São Paulo serem transportados por dutos para o mar da Baixada Santista; em 1985, tornou-se membro honorário da Fundação S.O.S Mata Atlântica; em 2002, participou como patrono da fundação da MONGUE – Proteção aos Sistemas Costeiros, criada pelo combativo Plínio Melo, em Peruíbe. Seus maiores feitos:

Morro do Sapucaitava:

Publicou na edição de 5/2/1956 do "O Correio do Litoral" seu poema "O 'Se' da Ecologia", parodiando Rudyard Kipling, pedindo a proteção do morro do Sapucaitava e a não construção de prédios em Itanhaém, um dos primeiros, senão o primeiro manifesto ecológico publicado no país; com o amigo José Rosendo, pediu ao prefeito de Itanhaém, Aurélio Ferrara, que desapropriasse o Sapucaitava, para impedir sua ocupação e a construção de prédios no mesmo; tal solicitação levou o prefeito seguinte, Harry Forssell, a obter o tombamento do morro junto ao Condephaat em 15/3/1962; mais tarde, no final dos anos 70, ingressou com Ação Popular contra o Itanhaém Iate Clube, que havia ocupado parte do morro do Sapucaitava, com concessão da Marinha, porque o clube, que já existia antes do tombamento pelo CONDEPHAAT, passou a expandir a área objetivando a privatização total, impedindo a passagem de turistas, surfistas e pescadores pelas Trilhas do Sapucaitava e do Espia, vedando o acesso à Praia Fluvial da Saudade e à Pedra da Carioca; perdeu a ação, mas obteve acordo para que os limites do clube chegassem até a trilha, que graças à sua ação permanece aberta até hoje; posteriormente, instalou ali uma escultura do padroeiro da ecologia São Francisco de Assis, feita em fiberglass pelo artista plástico egípcio radicado em Itanhaém, Alberto Farah, erigiu uma Capela (da Paz Internacional, com uma bandeira da ONU) e um Mirante para a Prainha.

SPU e Marinha:

Em 1973, publicou na revista "Ecologia e Turismo", duras críticas às agressões das paisagens, conclamando as Forças Armadas a "defender" a paisagem brasileira ao invés de "cedê-la" através das concessões de áreas da Marinha; na revista, além de homenagens a Roberto Burle Marx e Augusto Ruschi, publica um manifesto da atriz Eva Wilma, que gravava em Itanhaém a novela "Mulheres de Areia", pedindo a proteção da paisagem itanhaense e a não construção de prédios na cidade.

Ação Popular Pioneira:

Em 1974, ingressou com Ação Popular pioneira no Brasil (talvez no mundo) contra a construção de prédios, em Itanhaém, que não possuía coleta de esgotos, e que veio a se tornar referência em questões ambientais e de urbanização e estudos jurídicos em todo o país, obtendo a primeira sentença pró-ambiente do Brasil, por decisão do hoje desembargador Dr. José Geraldo de Jacobina Rabello, tornando Itanhaém famosa como "a cidade que disse não à poluição"; sempre fazendo denúncias aos promotores de meio-ambiente regionais, provocou a Ação do Ministério Público que culminou na demolição e recuperação do istmo da Prainha, em Peruíbe; também ingressou com Ação Popular contra o CONDEPHAAT - cujo presidente era o arquiteto Ruy Othake, por permitir a destruição da paisagem exótica da região da Juréia; em 1989, como não conseguia entrar na Juréia para ver e nadar no Rio Verde, obtém no Foro de Iguape, através do advogado local Dr. Luiz Roberto de Oliveira Fortes, um Mandado de Segurança que autorizou sua entrada pelo sul, através da Praia da Juréia, em dezembro (fora, portanto, da época da Romaria do Bom Jesus), com cerca de 30 pessoas: era a Justiça derrotando o autoritarismo tecnocrata da Secretaria do Meio Ambiente.

ONG Ambientalista Pioneira:

Fundou, ainda em 1974, a Sociedade de Ecologia, Cultura e Turismo de Itanhaém, com instalações na Praça Narciso de Andrade, onde promovia estudos, palestras, eventos, encontros, competições de xadrez, dentre outras atividades; para popularizar a questão ecológica entre os jovens, adquire material esportivo e cria um time juvenil de futebol, o "Ecologia Itanhaém", talvez o primeiro time de ecologia do mundo.

Juréia-Itatins:

Organizou todos os anos, desde 1969 até 2002 caravanas de Itanhaém e Peruíbe a Iguape, à pé e de bicicletas, com até mais de 1.000 pessoas, algumas com ampla cobertura jornalística, inclusive das redes Globo, Record, Bandeirantes e Tupi; tais caminhadas tinham por fim manter a tradição religiosa e caiçara da "Romaria do Bom Jesus de Iguape", manter aberto o "Caminho Bicentenário do Telégrafo do Imperador", chamar a atenção das autoridades e população através da mídia para a necessidade da preservação da área e criação do "Parque Estadual da Juréia-Itatins", ampliar a conscientização ecológica e exercer o "Direito de Ir e Vir e Ver" na Juréia, que foi proibido aos brasileiros pelo projeto das usinas atômicas militares e pela política de exceção da Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Em 1977, ao ser avisado pelos caiçaras de estranhos marcos demarcatórios na região da Juréia, convoca o fotógrafo Araquém Alcântara, à época trabalhando nos jornais santistas, para fazer cobertura fotográfica da região e documentar os novos fatos; Araquém permaneceu escondido na área por cerca de 30 dias, produzindo importante material, mudou literalmente seu foco e se tornou a partir daí o que é hoje: o melhor fotógrafo de natureza do Brasil, e um dos mais conceituados no mundo. No início de janeiro de 1978, procura o então Secretário Nacional de Meio-Ambiente, Paulo Nogueira Neto, em sua casa de praia, em Itanhaém, e o leva ao aeroporto local: lá os esperava o aviador John Bradfield, para levá-los a um sobrevôo na Juréia, em companhia do fotógrafo Araquém Alcântara; a essa altura Dr. Paulo já sabia dos interesses secretos do governo militar na região, mas a visão aérea da Juréia deixou-o impressionado e convencido da necessidade de um trabalho em prol da preservação desse ecossistema ímpar, levando-o a ingressar na luta iniciada por Zwarg. Araquém Alcântara, Paulo Nogueira-Neto e a cientista Judith Cortezão, dentre outros, consideram o Zwarg o principal responsável pela salvaguarda da Juréia.

Organização das Nações Unidas

Em 1985, cansado de queixar-se às autoridades brasileiras, Zwarg recorreu à ONU, através de ofício com cópias enviadas também para os jornais "New York Times", "Le Monde" e "The Washington Post", pedindo a inclusão do direito à paisagem no artigo XXII da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

VEREADOR:

Exerceu a vereança em Itanhaém pelo MDB (depois PMDB) por três legislaturas (1969-1972, 1978/1981 e 1982/1986). Foi dos edis que mais apresentou projetos e trabalhos na sua época, tendo participado de diversos congressos e seminários, estando sempre dentre os mais participativos e atuantes. Tal desempenho foi reconhecido quando recebeu a "Medalha de Ouro da União dos Vereadores do Brasil", pela quantidade e relevância de seu trabalho, demonstrando sempre que um vereador de uma pequena cidade pode fazer muito mais do que o previsível. Como quando em 22/4/1978, no aniversário de Itanhaém, exercendo a vereança, traz os maiores ambientalistas do Brasil à cidade e promove entrega títulos de cidadão emérito ao ministro do meio ambiente Paulo Nogueira Neto, ao ecólogo José Lutzemberg, presidente da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural, ao Senador do MDB do Amazonas Evandro Carreira, ao ex-deputado José Roberto Faria Lima, com a presença do físico Mário Schemberg, da Sociedade Brasileira de Física, do geógrafo Aziz Ab'Saber, da atriz e ecologista Cacilda Lanuza, e do embaixador da Rússia Dimitri Jukov - que descerrou uma placa com a "Cronologia na luta pela Paz e pelos Direitos Humanos"; na ocasião, Waldemar Paioli, da Comissão de Defesa do Patrimônio da Comunidade, representando 90 associações ecológicas do Brasil, anuncia oficialmente o lançamento da Campanha Nacional Contra Usinas Nucleares.

JORNALISTA E EDITOR:

Produziu durante 28 anos o Jornal "Correio do Litoral" (1948-1976), publicando, paralelamente, boletins informativos do jornal e as revistas: "A Capitania", "Turismo e Ecologia", "Almanaque de Turismo do Litoral Sul" e o livro "Itanhaém e sua Poesia", com poemas de Paulo Bomfim, Colombina, Pedrinha, Nilo Soares Ferreira, e crônicas de Benedito Calixto e Emygdio de Souza.

PROFESSOR:

Formado em Teoria Semântica e Letras com Habilitação em Português e Inglês pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Santos, da Sociedade Visconde de São Leopoldo, fez pós-graduação "lato-senso" em Turismo Ambiental pelo SENAC/CEATEL, em São Paulo. Lecionou inglês e português nas escolas públicas da região: Mongaguá, Itanhaém, Peruibe, Itariri e Pedro de Toledo; como era exímio desenhista e caricaturista e tocava bem violão, criou método próprio de ensino, utilizando músicas e desenhos com personagens de histórias em quadrinhos, para facilitar a memorização dos alunos.

TEATRÓLOGO AMADOR:

Produziu, com seus alunos, diversas apresentações teatrais, destacando-se a peça "O Correio do Imperador", apresentada em colégios e ginásios de esportes da região, contando a história do mensageiro que viajava à pé de São Vicente a Cananéia e se casou com uma índia da Juréia; em 1984, na Sessão Solene do Dia de Itanhaém com Abertura de Campanha pela Constituinte, realiza a representação teatral de época "Câmara de Itanhaém apoiando a Revolução de 32", retratando o entusiasmo cívico de São Paulo, em defesa da Constituição, e traz a Itanhaém a pianista Guiomar Novaes; em 1988, encenou o "Naufrágio de Hans Staden" na barra do Rio Itanhaém, com o amigo Walter Arduini no papel protagonista; realizou, em 1998, encenação da "Invasão Indígena ao Convento de Itanhaém", reivindicando terras próximas às praias e respeito à Nação Guarani ("Vanguarda Altaneira da Nação Guarani Comparece Paramentada ao Convento").

COMPOSITOR:

Zwarg foi sócio fundador da Sadembra – Sociedade Arrecadadora de Direitos de Execução Musical do Brasil, em 11/10/1961. Como também era músico (tocava bem violão) e poeta, produziu vasta obra musical, com seus irmãos Antonio Bruno e Ascendino (Tino) Zwarg, talvez pioneira, por ser exclusivamente ecológica: o primeiro Lp (1973), "Itanhaém e sua música", de canções regionais sobre o litoral, com o irmão Antonio Bruno, os Titulares do Ritmo e a cantora Rosaly Lima; o 2º Lp, "Praias, Canções e Ecologia", com músicas que combatiam as privatizações de praias e os agrotóxicos, incluiu a canção "Santos-Poema", hoje o hino oficial da cidade de Santos. Em 1980 lançou o compacto duplo "Ecologia", com as canções: Os Índios, Amazonas, Serra da Jureia e São Francisco. Em 1981 lança o compacto duplo "Ecologia Sertaneja", com a dupla Zé Tropeiro e João Clemente e participação da atriz Cacilda Lanuza e da cantora Loseny Zwarg, com as músicas: Rio Ribeira, Indo prá Iguape, Rio Comprido e Engenho Doido (referindo-se às Usinas). Em 1982 lançou o manifesto e gravou a música "A Agonia de Sete Quedas", em protesto contra a criação do lago da usina de Itaipu, que iria submergir as cataratas com maior volume de água do mundo, também chamada "Saltos del Guaíra". Ainda em 1982 lança, no Bar da Praia, em Santos, o 3º Lp de músicas ecológicas: "Da Juréia ao Himalaia. Os Caminhos da Liberdade. Ecologia e Pacifismo". Em 1985 lança o CD e K-7 "Cancioneiro do Litoral", coletânea com algumas novas canções ecológicas. Em 1987, ocorreu o lançamento do LP/CD "Só não toca quem não quer", de Hermeto Paschoal & Grupo (Gravadora Som da Gente), com 4 composições de Ernesto Zwarg e Antonio Bruno Zwarg, que participam das gravações; em 2000, a Prefeitura de Itanhaém lança o CD – Plus multimídia "Itanhaém-Brasil 500 Anos", com músicas antigas e novas dos irmãos Zwarg; era prefeito o advogado João Viudes Carrasco (PMDB).

PACIFISTA:

Em 1979, no Ano Internacional da Criança, lançou pela Sociedade de Ecologia, Paisagismo, Pacifismo e Humanismo de Itanhaém a Campanha Postal pela Paz Mundial – Movimento Charlie Chaplin Pró Coexistência Pacífica, com as crianças das escolas públicas de Itanhaém preenchendo cartões postais com uma foto de dois meninos celebrando a paz, um caracterizado como Charlie Chaplin e outro como soldado, com mensagens em diversos idiomas, e que foram enviados aos Chefes de Estado e Monarcas de uma centena de países; a Rainha da Inglaterra, dentre outros, respondeu por carta, elogiando a iniciativa, que chegou a ser noticiada na imprensa americana e européia. Em 1982, lança campanha de desobediência civil e pacífica, baseados nas idéias de David Thoreau e Mahatma Gandhi, com o apoio do Grupo Seiva, da atriz Cacilda Lanuza. Em 1983, traz a Santos e Itanhaém a escritora Astrid Cabral, tradutora de "Walden ou A Vida nos Bosques" e de "A Desobediência Civil", de Henry David Thoreau". Em 1985, criou o Grupo Mahatma de Itanhaém, difundindo as ideias do pacifista indiano e de Rondon, Rui Barbosa e Bertrand Russell, no 1º Encontro de Ecologia e Pacifismo da Baixada Santista, com propostas para a Assembleia Constituinte. Em 1986, funda com Zdravko Cvetanoski a ONG ECO-PAZ, transferindo às suas alunas Renata Luz Leite e Silvia Azevedo a responsabilidade pela continuidade das ações da Sociedade de Ecologia de Itanhaém, que passou a se chamar SECITA.

A CASA ECOLÓGICA

Em 1980, adquiriu um terreno e iniciou a construção da "Casa Ecológica", construída sobre três colunas em "Y", com jardim sob a casa, cujo projeto incluía água captada da chuva e energia solar; a casa, que se transformaria num local para reuniões ecológicas e difusão dos ideais pacifistas e preservacionistas do Zwarg, inspirado pelas ideias do Cacique Seattle, Mahatma Gandhi, David Thoreau, Bertand Russel, Candido Rondon, Augusto Ruschi e outros, foi vendida dois anos - foi a quarta casa própria que vendeu para pagas as dívidas contraídas por conta de seus projetos de Ecologia; em suas casas, por vezes, aliás, abrigava desconhecidos: em 1982, deu abrigo por algumas semanas a jornalista argentino em fuga da Guerra das Malvinas, perseguido pelos militares e, muito provavelmente, também pela inteligência brasileira; em 1989, deu abrigo ao ciclista espanhol Aba Balesteros, que já havia atravessado 24 países e rumava para a Argentina, para daí seguir para a Nova Zelândia, depois Índia, exercendo o "Direito de Ir e Vir".

CANDIDATO A DEPUTADO ESTADUAL

Em 1986, candidatou-se a deputado estadual pelo PSB, de Rogê Ferreira; obteve quase 12.000 votos, sendo o segundo mais votado do PSB no Estado, mas ninguém do partido se elege, devido ao coeficiente eleitorial – nem o Rogê para federal com mais de 90.000 votos. Franco Montoro declarou posteriormente, em resposta a um pedido de apoio a um candidato a deputado feito por um prefeito de Itanhaém, que a cidade não precisava de um deputado, pois já tinha o Zwarg.

ASSESSOR DA CETESB

Em 1987, cotado para assumir a gerência regional da Cetesb em Santos, acabou aceitando o cargo de assessor ambientalista da presidência em São Paulo, assumida pelo Rogê Ferreira, e passou a trabalhar pela criação da APA do Rio Itanhaém, à qual denominava "Amazônia Paulista", e do "Parque do Sapucaitava"; organizou protocolo de intenção pela proteção dos manguezais do Rio Itanhaém e suas comunidades caiçara e indígena, com participação do INSTITUTO HANS STADEN, PREFEITURA DE ITANHAÉM e CETESB; trabalhou pela instalação de um escritório regional desse órgão de controle ambiental em Itanhaém, para atender todo o Litoral Sul e também o Vale do Ribeira, sem sucesso; nessa época, produziu vídeo em VHS com a fotógrafa Lucy Figueiredo, no combate à monocultura e ao uso de agrotóxicos e lançou o boletim ecológico "A Legenda", combatendo a poluição causada por fuligem dos canaviais.

CONSELHEIRO DO GOVERNADOR

Assumiu em 1987 uma cadeira no Conselho de Meio-Ambiente do Governo de Orestes Quércia e logo declinou da função, discordando dos critérios de composição do grupo; na imprensa, criticou a falta de ética na escolha dos componentes dos conselhos municipais e estaduais de meio ambiente.

ESCRITOR:

Em 1988, lança o manifesto "Seattle na Constituinte", publicando a famosa carta de 1843 ao presidente dos EUA, considerada um Tratado de Ecologia; o libreto de quadrinhos "As aventuras de Hans Staden em Itanhaém", em comemoração ao cinqüentenário do Instituto Hans Staden (1938-1988), com desenhos do artista itanhaense Cayto; lança libreto-manifesto em defesa do Direito Alternativo com homenagens a sentenças memoráveis em Bertioga, Itanhaém, Peruíbe e Cananéia: "Sentença exige demolição de casa na reserva Itatins-Juréia"; Em 1989, lança o boletim "Os caminhos da Juréia – Mensageiro de Ecologia e pela Paz Mundial", homenageando José Lutzemberger; em 1990, lança o cordel: "O grilo gigante e outros "grilos" da Juréia", em referência aos pequenos e grandes posseiros (incorporadoras) que tudo faziam para expulsar os caiçaras da região, inclusive o "grilo estatal" para a construção das usinas nucleares e da Secretaria Estadual de Meio Ambiente; ainda em 1990, lança o cordel: "Eco-chato no ponto, caiçara na viola. Na Trilogia do Gnomo da Juréia.", de combate à especulação imobiliária no litoral; Em 1991, lança manifesto pela Eco-92 contra a desfiguração do litoral pela especulação imobiliária e contra o uso de pesticidas na agricultura; em 1992, lança os libretos: "3 Memoráveis Sentenças em Defesa do Meio Ambiente no Forum da Comarca de Itanhaém", relativamente à invasão de barraqueiros na Praça Mario Bernardi, na Prainha, à degradação de Manguezal junto à Avenida Adutora e ao aterro com lixo domiciliar, hospitalar e sepulcral no mangue do Piraguira, no bairro do Belas Artes; "O Brasil ainda há de ser brasileiro!", pelo direito de ir e vir na Juréia; e um terceiro com propostas da ECO-PAZ baseadas nos ensinamentos de David Thoreau, Cacique Seattle e Bertrand Russell; no mesmo ano, lança ainda os cordéis: "O Berro D´água do Jegue-ski" – uma crítica à chegada dos barulhentos Jet-skis ao Rio Itanhaém; "Que falta nos faz a Ludovina!", em referência à antiga moradora de Itanhaém que enfrentava e desafiava autoridades e não temia a ninguém; e "Oração aos moços", conclamando os jovens de 16 anos a votar, mas votar certo; em 1993, lança o manifesto em cordel: "Adeus Várzea do Encantado! Adeus Itanhaém!" e a "Carta Aberta Pela Paz Mundial", pela ECO-PAZ, com o amigo Zdravko Cvetanoski, pedindo a paz nos Balcãs; em 1994, publicou manifesto com a encenação de D. Pedro II e a Princesa Isabel com o último correio do imperador, Benedito Lacerda, de 95 anos, pedindo a reabertura do Caminho do Correio do Imperador, e em homenagem ao II Encontro Internacional de Direito Alternativo ocorrido em Florianópolis; em 1998, lança manifesto "Democracia virtual é 50% de mulheres no Congresso Nacional", apoiando a candidatura de mulheres ao legislativo e a revista "Perspectiva Regionalista", de cultura regional, e em apoio ao movimento "São Paulo do Sul"; lança em 1999 o "Memorando da Restauração do Gabinete de Leitura (1888-1999) com Monografia de Registros da História" em comemoração aos 500 anos do Brasil, com poesias de Paulo Bomfim e crônicas de Emygdio de Souza, dentre outros e cordel por ocasião da Festa de Bom Jesus de Iguape, com sua letra para a bela valsa tradicional "Saudade de Iguape"; lança o libreto: "Poesias e Trovas de Itanhaém. Natal de 1999. A Itanhaém Capitania da Condessa de Vimieiros" e calendário para 2000 em homenagem ao índio Samuel, liderança local, e em alusão ao movimento "São Paulo do Sul"; lança em 2000 o libreto de cordel "Em Conceição de Itanhaém tem", com os satíricos "O jegue-ski do Rio Preto", "Que falta nos faz a Ludovina", "O macaco da Juréia invade Registro", e "Adeus Várzea do Encantado"; lança "Panfleto Comemorativo pela Inauguração da Biblioteca Paulo Bomfim, em Itanhaém, valorizando o idioma nheengatu e prestando homenagem às comunidades indígenas das aldeias de Peruíbe, Rio Branco, Morro da Saudade, Cipó e Mongaguá; publica manifesto com a "Árvore genealógica primeva dos moradores do Bairro do Rio Acima, Rio Branco, Preto e Rede de Afluentes (Bacia Fluvial do Parque Municipal "Amazônia Paulista"), chegando até uma das nascentes do Rio Itanhaém, nas Terras de Santa Rosa, no planalto da Serra do Mar, divisa com o bairro de Parelheiros, da Capital, o ponto mais setentrional de Itanhaém; lança também o libreto "Poesias e Trovas de Itanhaém. Passado e Presente. Ano 2000"; e o manifesto: "A Usina Nuclear pendurada num cordel: A Juréia é a nossa Terra Santa."; em 2001, lança o manifesto "Prelo do Una e da Ribeira!", com proclama pública de reconhecimento e reivindicação do "direito ao chão natal e à liberdade de ir e vir, ir e ver!"

RECONHECIMENTO:

Recebeu, dentre muitos outros títulos honorários e participativos, a "Medalha de Honra ao Mérito" por ocasião da fundação do Município de Peruíbe, das mãos do primeiro prefeito, Geraldo Russomanno, pela participação e colaboração na emancipação política daquela cidade; recebeu ainda os títulos de "Cidadão Emérito de Mongaguá", "Honra ao Mérito de Itanhaém", "Cidadão Emérito de Santos", a "Medalha Martius", do Instituto Hans Staden e Fundação Martius, pelos relevantes serviços prestados à ciência e o "Título de Honra ao Mérito" da Fundação Prefeito Faria Lima pelos relevantes serviços prestados à urbanização brasileira e "Certificado de Agradecimento da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo" pela colaboração no Fórum São Paulo Século XXI realizado de agosto de 1999 a março de 2001, pela melhoria da qualidade de vida no Estado de São Paulo. Recebeu Homenagem Póstuma da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, por iniciativa da Deputada Maria Lucia Prandi, no Auditório Teotônio Vilela, a 18/9, com a presença de diversos ambientalistas, com destaque para Condesmar de Oliveira, que dentre outras qualidades, lembrou a "impetuosidade e o senso de humor" do amigo; do Mario Mantovani, do S.O.S. Mata Atlântica, que destacou seu "pioneirismo e importância"; do advogado e político santista Dr. Sérgio Sérvulo da Cunha, que lembrou sua "infinita generosidade"; de Ingrid Oberg, chefe do escritório regional do IBAMA em Santos, que relembrou os "cordéis" do Zwarg e confessando sua admiração, declarou-se sua aprendiz; e do Frei Franciscano José Alamiro Andrade Silva, que declarou emocionado, mas firmemente, que: "Zwarg tinha uma espiritualidade que se alimenta da fonte primeira, que é a natureza. É uma dessas figuras que, de quando em quando, Deus coloca em nosso meio. Quando vi o Zwarg, vi nele São Francisco de Assis."

MÁRCIO ZWARG, 21/7/2010